domingo, 26 de setembro de 2010
O que a Bruna Pensa sobre: Dia de São Cosme e São Damião.
Acabei de olhar o calendário aqui do computador e vi: 26 de setembro. Hoje antecede o dia 27 (óbvio =x). O dia 27, durante a minha infância foi um dos dias mais felizes do ano com a mesma importancia do meu aniversário, dia das crianças, natal e ano novo. Claro né, eu ganhava presente no meu aniversário, no dia das crianças, natal e ano novo (meu pai sempre me dava algum presente de ano novo também, que na maioria das vezes eram chuquinhas, porque eu era LOUCA em chuquinhas...)
*Essas são as Chuquinhas. Eu tinha todas essas, e tinha também uns cavalinhos que elas montavam, tinha os acessórios do quartinho dela... As chuquinhas eram tipo 'Polly Pockets' dos anos 90.
Tá, retomando o rumo. Mas o que tem de especial no dia 27/09? Bom... Muitas pessoas que conheci nessa minha caminhada meio nômade pelo Brasil, não sabem o significado desse dia. É dia de São Cosme e São Damião! No dia de São Cosme e Damião, pessoas devotas desses Santos, que são padroeiros das crianças e dos enfermos, preparam saquinhos com vários tipos de doces e distribuem para as crianças. Nesse dia as pessoas fazem até festas, onde servem muito bolo e refrigerante pra pirralhada, docinhos de todos os tipo, balas, chocolates, bolachas, sorvetes... Enfim, que criança que não ficaria feliz em ganhar doce DE GRAÇA? HAHAAHAHA! E em Corumbá, que é onde eu vivi a maior parte da minha infância, existem muuuuitos devotos desses santos, e eram pessoas de todos os níveis sociais: ricos, classe média, pobres... (Em Corumbá a maioria da população é católica, diferente daqui de PVH onde a comunidade Evangélica é dominante). Era um dia realmente MUITO feliz!
As crianças sabiam onde estavam repartindo doces porque as pessoas que distribuiam soltavam fogos. E lá ia um baaaaaaaaaaaannnnnnnnnnnnndo de pentelho correndo fazer fila pra receber o PRECIOOOSO saquinho de doces.
Minha mãe não deixava eu correr atrás de doce quando eu era pequena, tinha medo de me empurrarem, me derrubarem e que eu fosse pisoteada, coisa de mãe né? Mas eu fugia com meu irmão, e lá iamos felizes com a pirralhada da vizinhança correr atrás dos doces. Eu lembro que eu atravessava a rua e já me sentia uma fugitiva, de tão longe que eu estava da minha casa AUEHUHUEHUAEHAEUHAEUHAEUHAEU... Uns dois anos meu pai chegou a comprar um monte de doces pra repartir pra criançada, e pra que eu e meu irmão não saíssemos de casa. Repartimos alguns doces, e pegamos a maioria pra gente AUEHUAEHUAEHAEUHAEUHAEUHAEUHAEUHEAUHAEU!
Quando eu era bem pequena (acredite, um dia eu já fui pequena :P), eu ia com a minha irmã... Ela já era um tanto mais velha que eu, e ia escondida da minha mãe. E claro, fugi junto dela. Lá estávamos, felizes e eu agarrada na mão dela pra não me perder, morrendo de medo...
A prática dessas festas de SCD, não eram feitas apenas por católicos. As casas de umbanda (que na época eu conhecia como terreiro de macumba HAUEHUAEHAEU) também faziam festas diga-se de passagem ENORMES pra dar um monte de doce pra pirralhada, e homenagear os santos. Lembro até hoje, que minha irmã e umas amigas dela foram escondidas pra um terreiro de macumba só pra pegar doce (quando eu contei isso pra minha mãe, a cinta piou na bunda da minha irmã, e claro, na minha também...). Entramos lá, e tinham bolos enormeeeees lindos, e de todas as cores... Tinham mesas com tantos docinhos que eu nunca vi em festa nenhuma na minha vida toda... E deram saquinhos de doces com TANTA bala, chiclete e pirulito, saquinho de pipoca, maria mole, pé de moleque e jujuba... Era o paraíso infantil aquilo lá. O estranho era que tinham adultos vestidos de crianças, e ficavam falando como crianças, e brincando... Daí minha irmã começou a me colocar medo, falou que aquelas pessoas estavam com espíritos de crianças no corpo, e disse que se eu comesse dos bolos que serviam lá, viria um monte de diabinho me carregar pro inferno :(. Isso foi tão traumatizante que me lembro como se fosse ontem. Eu comecei a chorar, quis ir embora... Mas mesmo assim não larguei o saco de doces macumbados, levei pra casa e comi tudinho. Claro, depois de levar umas lapadas de cinto da minha mãe. Depois dessa vez, eu entendi o que os macumbeiros faziam em um terreiro: encorporavam espíritos! AUEHUAEHUAHUAE
Anos depois, eu ia com meu irmão, e agente pegava tanto doce que enchia sempre uma das bacias da minha mãe cada um... E claro, caíamos na porrada se um pegasse o doce do outro. Como eu sempre fui mais vermenta, eu comia os meus primeiro, e depois atacava os do meu irmão... HAHAHAHAHAHA. Saudades disso tudo.
Quando eu tinha 11 anos, lembro como se fosse ontem, eu chorei porque eu não podia ir atrás de doce, porque iam falar que eu era grande demais e não iam querer me dar. Neste mesmo ano eu ganhei 3 saquinhos, sendo eles: um do meu pediatra, um da minha tia, e um da minha vizinha.
Aí cresci, virei uma adolescente chata pra cacete, e nunca mais ganhei doce em dia de Cosme e Damião...
Mas eu sei que tenho lembranças muito boas desse dia, e eu realmente sinto MUITAS saudades!
sábado, 25 de setembro de 2010
O que a Bruna Pensa sobre: Pessoas que insistem em escrever TUDO em inglês.
O que eu penso sobre isso é simples: é uma PUTA FALTA DE SACANAGEM.
Na verdade, não é puta falta de sacanagem não, eu acho é bobagem... Sabe porque? Não é todo mundo que fala inglês (diga-se de passagem, que eu por exemplo entendo alguns rabiscos apenas...) e a pessoa fica colocando o perfil do Orkut em inglês como se todo mundo entendesse Oo. Acho ES-CRO-TO. Fale sobre você em português claro porra! Se você sabe outra língua BELEZA, MANEIRO! (Y). Mas as pessoas que te rodeiam, que moram aqui no BRASIL perto de você, vão falar com em PORTUGUÊS CARALHO! Se vai postar algo em inglês, já poste a tradução, ou vai ser algo totalmente em vão porque uma galera não vai entender. Escreva bem em português, nossa língua é muito bonita, uma das mais difíceis do mundo em ser aprendida, você nasceu no Brasil e vive aqui, portanto orgulhe-se disso ao invés de ficar falando mal do país (nenhum lugar é o paraíso) e se achando um europeu/americano!
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
O que a Bruna pensa sobre: Não sei, só sei que ESTÁ assim.
Eu gostaria de ter colocado uma imagem aqui, mas o blog fez filhadaputagem e não quis colocar, portanto, blog, você é um pnc!
Eu não quero ficar postando sentimentos por aqui, não quero ficar dividindo coisas íntimas demais. Nem com meus melhores amigos eu consigo me abrir! Nem vou falar de mim aqui. Mesmo sabendo que ninguém leia você, meu querido blog (tadiiinho hahaha), eu só tenho uma coisa a dizer: Eu estou insatisfeita. E gostaria muito de falar isso, desabafar isso, mas pra quem quer que seja EU NÃO CONSIGO. Então prefiro escrever, porque o blog não me pergunta o PORQUE deu estar insatisfeita. Desabafar sem que te dêem opinião é terapia sabia?
Estou insatisfeita com muitas coisas, e só o fato de dizer EU ESTOU INSATISFEITA já me deixa bem aliviada. Portanto eu vou repetir isso várias vezes:
EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITAEU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA EU ESTOU INSATISFEITA.
Pronto, já me sinto beeeem melhor!
Eu não quero ficar postando sentimentos por aqui, não quero ficar dividindo coisas íntimas demais. Nem com meus melhores amigos eu consigo me abrir! Nem vou falar de mim aqui. Mesmo sabendo que ninguém leia você, meu querido blog (tadiiinho hahaha), eu só tenho uma coisa a dizer: Eu estou insatisfeita. E gostaria muito de falar isso, desabafar isso, mas pra quem quer que seja EU NÃO CONSIGO. Então prefiro escrever, porque o blog não me pergunta o PORQUE deu estar insatisfeita. Desabafar sem que te dêem opinião é terapia sabia?
Estou insatisfeita com muitas coisas, e só o fato de dizer EU ESTOU INSATISFEITA já me deixa bem aliviada. Portanto eu vou repetir isso várias vezes:
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Pronto, já me sinto beeeem melhor!
sábado, 11 de setembro de 2010
O que a Bruna pensa sobre: Propósitos.
Na foto, meu grupo de estágio com o paciente mais feliz do CAPS, o Hélio! :)
Antes de qualquer coisa: Não entendo de política, não sei diferença de PT, PSDB, PSCaralho. A única coisa que eu sei, é que à maioria dos políticos, deveria ter ao menos VERGONHA NA CARA.
Meus dias andam cheios, estou na reta final da faculdade, e minha vida está toda ocupada por isso. A maioria das minhas atividades é em torno da faculdade, e em consequencia disso, as minhas preocupações e frustrações estão relacionadas à vivencia que tenho todos os dias nos estágios supervisionados. Tem dias que eu sonho com trabalhos que preciso apresentar, ou com algum problema que eu ouvi de algum paciente. A cabeça fica tão cheia de idéias, à procura de tantas respostas, que eu tenho esquecido de mim, Bruna, a guria que não é apenas uma acadêmica do curso de enfermagem. Na verdade, eu não me sinto mal por isso. Eu amo TANTO o que eu faço, eu amo TANTO saber mais, que isso não me deixa estafada, como eu acreditei que um dia poderia acontecer. Uma professora me disse que era normal sentir isso, que é 'mal de academico' querer mudar o mundo com o que aprendeu. EU, BRUNA, não acho MAL nenhum. Mas infelizmente, a realidade faz com que as pessoas se sintam assim, de mãos atadas quando se deparam com alguns problemas. Mas enfim... O que me traz aqui, não é apenas um desabafo no qual eu digo que 'to toda fudida' de coisas pra fazer na facul, mas um post que vem tentar passar em palavras, que poderá acontecer com você em um ambiente de trabalho.
Estagiei no CAPS estadual (Centro de Atenção Psicossocial), e confesso, que se eu me formar e puder trabalhar lá, eu seria muito feliz. Ajudar aquelas pessoas fez com que eu me sentisse tão bem, sem falar no quanto eles surpreendem agente, nos fazem rir e ver que reclamar da vida que temos é um grande erro que agente comete.
Lá, são tratados pacientes com transtornos mentais, como depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar, demencia, retardo mental... E o trabalho que é feito lá é muito bom, pois todos os pacientes aceitam a doença, e aceitam tomar a medicação, são muito bem controlados e levam a vida o mais normal possível. Pessoas de todo tipo, de toda classe social que tem transtornos mentais, podem fazer tratamento lá, e é isso que agente vivencia, pessoas de todo tipo, todas as idades, uns que até nem parecem ter algum tipo de transtorno.
Bom... Tem um paciente lá, que em especial, é um dos que eu mais me apeguei. Não tem como não se apegar a uma pessoa que necessita da sua ajuda, e que você vê, que gosta muito de você. O paciente em questão, é um senhor chamado Hélio, ele deve ter seus 55 anos, e tem retardo mental grave. Essa doença como já diz no nome, retarda a capacidade de desenvolvimento mental da pessoa, sendo que, ele tem mente de uma criança de 4 à 6 anos de idade. Ele fala, conversa com disfasia (dificuldade em falar, ele fala 'enrolado' diríamos assim), brinca, corre, pula... Ele é muito carinhoso, MEU DEUS, ele não tem maldade em NADA! NADA, ABSOLUTAMENTE NADA! Respeita muito os profissionais... Quando ele está bem hiperativo como uma criança mesmo, e agente chama a atenção dele, ele para, te ouve... Pede desculpas... Nossa, não tem como não gostar dele... Ele é educado, vai limpinho pro CAPS, todo arrumadinho. Ele é o tipo de paciente que necessita de ajuda em quase todas as atividades de lá, pois não sabe ler, nem escrever, e nem tem coordenação motora para escrever seu nome, portanto é necessário que agente o ajude muito. No dia que fui para o ultimo dia de estágio lá, deu até vontade de chorar, porque ele pediu pra que agente voltasse lá para visitál-lo. Aliás, todos os pacientes pediram. Isso é muito gratificante! Teve uma das pacientes que disse que a maioria dos profissionais tinham medo deles, por isso nem se aproximavam, e disse assim "eu sei que somos loucos, mas é por isso que tomamos remédio, para não correr risco de entramos em crise, e agredir alguém... isso dói na gente..." Isso me cortou o coração em mil pedaços.
Bom, voltando ao assunto... A maioria dos pacientes de lá é carente. Muitos necessitam de ajuda de cesta básica para se alimentar, etc. Acredito que o Hélio tenha uma família que cuida bem dele, pois ele sempre está limpo, arrumado, diferente de muitos outros pacientes que infelizmente não tem quem os cuide, porém ele também é carente, e também necessita de ajuda de cesta básica. Esse caso mostra: POBREZA não é sinal de FALTA DE HIGIENE!
Bom, todos os dias, ele chegava brincando com agente, sorrindo. Não tinha um dia que nós o encontrassemos triste. Minhas colegas de sala, que são de outro grupo que agora estão no CAPS, chegaram um dia e encontraram ele muito triste, abatido... E quando elas foram perguntar a ele o que tinha acontecido, ele começou a chorar... E disse que estava muito triste, pois ele estava com muita fome, e viu uma marmita em cima da mesa, e comeu. Só que a marmita era de uma funcionária de lá, e ela o chingou muito por isso, e ele ficou muuuuuuuito triste, chorava feito criança, tadinho. Quando eu ouví isso, a lágrima escorreu, meu coração partiu em um milhão e meio de pedaços, porque eu só IMAGINO o que é passar fome.
Gente agora parem e pensem. Imaginem uma CRIANÇA com fome... Uma criança que ainda não tem noção de muita coisa. Se ela está com fome, e ve comida em cima de uma mesa, o que ela faz? ELA COME, É CLARO QUE ELA COME! O que aconteceu com ele foi ISSO. Ele tem mente de CRIANÇA MEU DEUS! Eu fiquei com tanta raiva, com ódio. INDIGNADA. Eu juro, que se eu tivesse lá, eu pelo menos tentaria CONVERSAR com essa mulher que pelo jeito, NÃO TEM CORAÇÃO, NÃO TEM SENTIMENTO.
Aí eu ví o quanto eu sou impotente. E mesmo que eu pudesse fazer algo pra ajudar aquele paciente, nem que fosse dar uma cesta básica que fosse, não ia poder ser pra sempre. Não tenho dinheiro pra ajuda-lo pra sempre...
Aí eu ví, que não adianta de nada eu vender meu voto. Nem que se eu gritasse para aquele bando de políticos FILHOS DA PUTA eu não iria ser ouvida. Porque só eles podem fazer alguma coisa por esses 'Hélios' em todo o Brasil. Chorei, claro. Mas pedí a Deus pra iluminar essas pessoas, essas famílias, e que pelo menos o arroz, o feijão e um pedaço de carne, não falte mais em suas mesas...
terça-feira, 7 de setembro de 2010
O que a Bruna pensa sobre: A saga de quem mora sozinho. (Ou se você mora com outras pessoas, mas dá na mesma...)
Moro em um apartamento aqui em PVH que divido com duas meninas, cada uma em seu respectivo quarto. Tem dias que eu não vejo nenhuma delas, e isso chega a acontecer várias vezes na semana, porque nossos horários não batem.
É como se eu morasse sozinha.
Quem começou à pouco tempo a viver essa história de morar sozinho e se cuidar sozinho, mesmo com a 'falsa independencia' que é ótima (falsa independencia porque nossos pais nos pagam pra estudar, já que no meu caso, eu não posso trabalhar por causa da faculdade) sempre vai sentir falta da casa da mamãe com abrigo limpo, comidinha gostosa, roupinha lavadinha... No seu novo lar, é você quem tem que deixar o lugar limpo, é você quem cozinha, é você quem lava a roupa, é você quem paga as contas, é você quem faz comprar no supermercado, é você que troca a lâmpada, é você quem administra seu 'salário estudante' para as suas despesas...
No meu caso, o começo foi bem difícil. Meu namorado, e alguns amigos do peito me ajudaram bastante. Eu vim pra cá e aluguei um apartamento sozinha. Era muitoooo difícil, queria que meu namorado pudesse estar comigo todos os dias, mas não dava porque ele tinha as obrigações dele. Teve um dia, que tive um surto de tristeza profunda com saudades de casa e fui parar no médico, tomei ansiolíticos por um tempinho, mas depois graças à Deus eu fiquei bem. Ou melhor, me acostumei com a nova vida.
De início você faz umas cagadas... Come mal pra caralho (isso inclui não querer sentir mais o cheiro de miojo, cup noodles, tekitos e hot pocket na sua vida) bebe pouca água e mais coca cola, compra mais comida do que você vai comer e ela acaba estragando, esquece de pagar as contas no dia certo, gasta grana à toa com cachaça e se fode... Inúmeras coisas, que com o tempo você vai conseguir fazer certinho. Acho que só a parte da cachaça que não muda...
Hoje em dia, eu cozinho no fds e congelo a comida em potinhos, e aí como meu tempo é corrido por causa dos estágios, eu só esquento no microondas. Enjoei de comer comida de solteiro (comidas congeladas industrializadas), e em restaurantes. Eu mesma faço alguma coisa bem gostosinha, e me alimento bem melhor do que eu me alimentava antes. Comer errado me rendeu vários kgs a mais na balança ao longo desses quase 4 anos aqui.
Bom, se você que tem tudo na sua casa, e que tá achando que vai ser fácil se mudar para longe dos seus pais, e morar sozinho, tire o cavalinho da chuva meu bem. Mas a maioria das pessoas se deparam com essas dificuldades que eu citei acima, e dá vontade de desistir de tudo se você não está forte psicologicamente. Mas se você conseguir tirar de letra, será um aprendizado e tanto pra vida. Depois que você se acostuma, acredite, você não vai mais conseguir se ver morando com seus pais novamente. O que é um sinal de grande responsabilidade pois para isso, você terá que ser independente de VERDADE, não mais com o salário estudante que seus pais te mandavam para te manter na faculdade, mas sim, com o suor do SEU TRABALHO, que graças à deus você vai ter, por causa da faculdade que seus pais tiveram a bondade de deixar você fazer :).
É como se eu morasse sozinha.
Quem começou à pouco tempo a viver essa história de morar sozinho e se cuidar sozinho, mesmo com a 'falsa independencia' que é ótima (falsa independencia porque nossos pais nos pagam pra estudar, já que no meu caso, eu não posso trabalhar por causa da faculdade) sempre vai sentir falta da casa da mamãe com abrigo limpo, comidinha gostosa, roupinha lavadinha... No seu novo lar, é você quem tem que deixar o lugar limpo, é você quem cozinha, é você quem lava a roupa, é você quem paga as contas, é você quem faz comprar no supermercado, é você que troca a lâmpada, é você quem administra seu 'salário estudante' para as suas despesas...
No meu caso, o começo foi bem difícil. Meu namorado, e alguns amigos do peito me ajudaram bastante. Eu vim pra cá e aluguei um apartamento sozinha. Era muitoooo difícil, queria que meu namorado pudesse estar comigo todos os dias, mas não dava porque ele tinha as obrigações dele. Teve um dia, que tive um surto de tristeza profunda com saudades de casa e fui parar no médico, tomei ansiolíticos por um tempinho, mas depois graças à Deus eu fiquei bem. Ou melhor, me acostumei com a nova vida.
De início você faz umas cagadas... Come mal pra caralho (isso inclui não querer sentir mais o cheiro de miojo, cup noodles, tekitos e hot pocket na sua vida) bebe pouca água e mais coca cola, compra mais comida do que você vai comer e ela acaba estragando, esquece de pagar as contas no dia certo, gasta grana à toa com cachaça e se fode... Inúmeras coisas, que com o tempo você vai conseguir fazer certinho. Acho que só a parte da cachaça que não muda...
Hoje em dia, eu cozinho no fds e congelo a comida em potinhos, e aí como meu tempo é corrido por causa dos estágios, eu só esquento no microondas. Enjoei de comer comida de solteiro (comidas congeladas industrializadas), e em restaurantes. Eu mesma faço alguma coisa bem gostosinha, e me alimento bem melhor do que eu me alimentava antes. Comer errado me rendeu vários kgs a mais na balança ao longo desses quase 4 anos aqui.
Bom, se você que tem tudo na sua casa, e que tá achando que vai ser fácil se mudar para longe dos seus pais, e morar sozinho, tire o cavalinho da chuva meu bem. Mas a maioria das pessoas se deparam com essas dificuldades que eu citei acima, e dá vontade de desistir de tudo se você não está forte psicologicamente. Mas se você conseguir tirar de letra, será um aprendizado e tanto pra vida. Depois que você se acostuma, acredite, você não vai mais conseguir se ver morando com seus pais novamente. O que é um sinal de grande responsabilidade pois para isso, você terá que ser independente de VERDADE, não mais com o salário estudante que seus pais te mandavam para te manter na faculdade, mas sim, com o suor do SEU TRABALHO, que graças à deus você vai ter, por causa da faculdade que seus pais tiveram a bondade de deixar você fazer :).
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